quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

invejo a fome da raiz
com suas quatro patas fincadas no chão
exponho-me em fileiras de grãos
e aceito
que a mão que me afunda na terra
que toca os pelos deste caule fresco
seja a mesma a decepar meus braços fracos
nos dias em que não semeio
a pergunta que hoje sou

5 comentários:

MARCELO disse...

Ainda que a lucidez plena repouse em todas as suas respostas..... ainda assim não nos prive da emoção de ter seus traços na procura do seu por quê.

Com orgulho.

Anônimo disse...

´´Todos os procedimentos são sagrados desde que satisfaçam a uma necessidade interior´´.

KANDINSKY

Tua poética se ´´teluriza´´ , apanhando e dando a reconhecer a identidade profunda dos seres....
uma lírica poderosa, Ângela, feita a ´forceps´ dum universo urgindo sua urdidura.... ´´A criação - diz São Paulo - ´´ geme com dores de parto´´.

- é algo visceral, pungindo da lira que se vai além do Dia, é tecida no Devir mesmo das coisas dadas e apreeendidas....

- teu poema de hoje é um marco , como tantos outros que tenho lido e sentido...

beijo, FLÁVIO VIEGAS AMOREIRA

Anônimo disse...

´´Levamos a dor num coração infinito / esta carcaça tremeluzente a repicar nas portinholas blindadas / nos pedais de areia injectados de respiros...´´

- POEMA DO PORTUGUÊS LUÍS SERGUILHA

FLÁVIO VIEGAS AMOREIRA

Anônimo disse...

me doeu este poema
por conta de tudo que ando passando
saiba que tem a resposta da pergunta que vc foi para mim hj

mas ela já veio por outros, do jeito que já estava dentro de mim

mas, as páginas se viram para continuarmos lendo e as sublinhando!

tenho em mim a certeza de que tudo é do jeito que deveria ser
mas sei também onde falhei
e como devo pisar daqui pra frente


obrigado por existir
e saber que posso contar com sua poesia!



http://www.pastoretrezeleguas.blogspot.com/

Fábio Romeiro Gullo disse...

belíssima metáfora erótico-existencial.