quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Neste dia em que o calor cresce das paredes, fico desatenta à distração e aceito pensar nos caminhos que um dia levaram alguém à beatitude.
Quanto um espaço pode suportar o espalhar de um corpo?
Encosto nos quatro cantos da crença e ela me diz: sabia que me amavas! Vem! Confiante, respondo: queria conhecê-la melhor para dar notícias aos homens que te esperam.
E mais uma vez ela me escapa.
Não há nada a dialogar com a crença.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Do silencio IV

Alimento.
Palavra que tem fome.

Da Acídia

Há dias em que encosto na mulher que sou. Como se dois fios desencapados encontrassem a ligadura da superação. Destravo a fome de séculos e o fogo se instala como aplauso. Quando amo a mulher que sou alcanço a tua redenção. Pois, para erguê-la viva, é preciso mil oblatas em ovação.
quando encosto no teu reino,
o vaga-lume amolece a noite.

quando encosto no teu reino,
é o vermelho entre nós.

sou mais clara, mais rosto, mais sim.

Do silêncio II

No banho, a moça
cala o corpo, enrubescida
--a mãe irrompe à porta
não vê a hora de ocupar-se,
uma vez mais,
das roupas de baixo da filha.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Veneza - Peggy Guggenhein


Não há porque ser menos

Karamazov

Não, o homem é vasto.
vasto até demais;
eu o faria mais estreito.