fala-se em vão de justiça enquanto o maior dos navios de guerra não se despedaçar contra a fronte de um afogado
paul celan
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
sábado, 1 de outubro de 2016
E se eu desse todos os beijos na mão que gostaria de ter
dado? E os da testa? E todas as risadas abertas? E se tivesse soltado todas as
palavras que se precipitaram?
O corpo não para um segundo. Como pensar que posso morrer?
Se já não estou a morrer? Como pensar que um dia nasci, se já estou a nascer? A
areia sabe disso. Guardada ali, entre tantas a não ser uma. Nunca vi um grão de
areia sozinho. No entanto, escrevo: grão de areia. Posso dizer: o grão de
areia. E continuar naturalmente a narrar os acontecimentos de um grão de areia.
Naturalmente. Palavra assustadora. Ah, não há nada
naturalmente por aqui.
Se minhas palavras se colassem naquilo que
Naquilo que
se um dia dissesse
Nasceria onde for.
São tantas as bolhas na beira da praia que os grãos de areia
sabem algo que eu não sei. São três os pensamentos que tenho: jamais explicar, já não penso, são palavras-apenas.
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