quinta-feira, 28 de outubro de 2010

essas mãos que tem raízes
pernas tortas de compor florestas
de tanto estar - estranho
nomes que vão
como uma varredura no ar
dissipam sementes de uma nova hora
arrastada febre dormente da terra
que cava,
com toque seco
o lodo da noite do mar

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

cheiro de sangue aumentado nas pupilas: primeiro dia. Levanta os olhos ao escuro da escada, força as paredes do último regresso. Crime cometido. Portador dos turnos da verdade, segura o lado quente do erro. Rumor de eternidade.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

hora em que os corais arranham o mar
som cavando o denso
Ausência
volume de escuridão
necessária
e a pedra se faz
nascença

sábado, 16 de outubro de 2010

Mais Octavio Paz

"A poesia, segundo Lautréamont, deve ser repartida entre todos. Eu cometi a ingenuidade, quando era jovem, de acreditar que a poesia era aceita por todos. Eu creio que a poesia nasce sempre no indivíduo. Mas creio que a poesia sempre tem sido compartilhada por todos. Também creio profundamente, que todos os homens, também as mulheres, em algum momento de suas vidas, são poetas, por exemplo, na infância, quando se namora ou quando se tem um sentimento da morte."

Os Filhos do Barro- Octavio Paz

o que me pergunta por estes tempos
e que me cabe responder?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

tenho chovido por entre as flores. O vento entrelaça a sede. Palavra pólen. Estio.Terra. Ardor