quarta-feira, 15 de setembro de 2010

sob a lança
fez-se o nome
e no corpo fruto
não há pai sob os ombros
ou o impossível a endurecer o ventre
tocamos a estrada uma vez
da esquina, da reta, do pó
nascemos sob a lança

domingo, 5 de setembro de 2010

estou a compor o silêncio
um silêncio de estaca
sobreposto, matérico
de notas fincadas, entresafra
rosto solto no extremo dia
um silêncio de fronte, placa mãe
deus cortando a cana
faca e bondade num golpe só

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

os fios, cabelos emaranhados
a fome, anelos de uma
incompreensão rasgada
certezas em círculos
ressoam

no banco de uma praça qualquer
pode um homem tocar o segredo
sou véspera, palavra susto:
doces a secar na janela
batismo e insetos em volta da luz