Aquela hora foi a mesma, afastada das grandes coisas, despreocupada com o remendo do mundo e tomando gosto pela parte furada, o chão trazido às espécies para não funcionar, passando o dedo na palavra até ela dançar, borrando no caderno um espaço de vida.
“Tenho medo”- disse-lhe algo. Mas que futuro se fermenta hoje? O quanto podemos falar das meias na calmaria da mesa a entregarem-se ao sono do urso?
Por isso ela desce agora de sua casa inconclusa, na soleira do cabelo solto. Nobre.
“Há muito a ser feito”. Para um dia olhar a janela e não ser aquela do poema.
Falar, se houver necessidade de falar-lhe.
O sentido e a flecha na folha, no dia em estado roxo
O olho socado na parede, por um golpe de beleza: rosto de porta aberta.