quinta-feira, 20 de setembro de 2012


Optei pelo calor do texto e estou a falar-lhe disso. Então olho para o lado

e vejo que meu jeito de alimentar é misturar a ração com um pouco de molho. O caminho todo é repousar neste aroma.

Há um mar preciso, que chamarei de pensamento, que responde às estações do ano: ora congela-se, ora se agita, ou se aquece. E, do mesmo modo, há o fundo do olho, que chamarei de instante.

Ambos se procuram.  

Se haverá encontro, se há um barco, ou o mensageiro a atravessar as espécies, se há alguém que sobrevive desta comunhão  e autoriza-se a contar-se, não sabemos.

Percebo que estou a falar-me, já deixei de conversar contigo. Mas, de água viva ou de sonho, prossegue-se,

Pois há coisas que vivemos de um outro lado.

Esta língua que me permite escrever, não me põe a entender.  O mar oferece-se aos olhos. Mas, e o olho,
nasceu para ofertar-se ao mar? E chegará o homem de olhos até aqui.

Caberá a nós continuar. E é de trindade que falaremos.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012


 
Pão: o hábito de amar demais segue o curso originário de cortar o pão. Os dedos vão perfurando a densidade da massa, os mesmos dedos que antes lhe deram forma, vão aos poucos rachando o alimento ao meio, e o pão a multiplicar-se em pedaços o estranho modo de aumentar-se inteiro na entrega.
a escrita adquirira um aspecto entalhe na madeira
mas foi acordar hoje e
a visita da vida toda
foi escutar que falar em nome de
me privava daquela árvore