quarta-feira, 6 de junho de 2012


Uma pipoca, ou melhor, um fragmento de pipoca, muito pequeno, correndo no chão da praia caçado pelo vento. O menino L. corre atrás dela, por toda a orla, e eu, correndo atrás do  menino L. Atrás de mim, a ferida aberta da paisagem, correndo junto,

Perguntei-me se a mulher-escrita não dormiria neste acontecimento. E realizar o encontro-embate da ferida com a pipoca seria o poema.  Do sangue pulando no pescoço quando se corre, do gesto que nasceu no mar antes da palavra, do olho que se afoga em sorrir

para junto da pipoca.

 O poema era uma cadeira branca que eu tive medo de sentar.

Mas aconteceu que o menino L. telefonou perguntando se iríamos à praia novamente.

Um comentário:

lilian lovisi disse...

gostei muito, só pra não repetir a mesma palavra do comentário que fiz no outro, mas pensando com as palavras, esta, adorei, é boa de ser repetida e ouvida, + beijos