sábado, 7 de junho de 2014

da experiência religiosa, pecado é a palavra mais presente. Não por que metia medo ou me enchia culpa. mas porque convivia entre a gente. adorava ver o padre com os olhos vermelhos de vinho, enrolando a língua na leitura; tinha também o casal correto que, na quermesse, deixava escapar gritinhos e tapinhas na bunda, e o coroinha de unha preta, que fazia fogo no parque pra queimar lagartixa antes da missa. Hoje, quando enfio a linha na agulha e inicio um bordado, a única palavra da qual me sinto livre é impecável.
Só porque não se sabe bordar é que se borda.
E isso nos torna tão próximos do pano de chão como do lençol.

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