sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Hoje, decidi passar o dia a recortar o jornal, buscar imagens nas revistas que se acumulam na prateleira da estante, visitar os blogs de amigos próximos- ler demoradamente o que escrevem, vasculhar as revistas literárias, conhecer novos escritores. Abrir de novo o livro rabiscado. Comprar revistas novas na banca de jornal, ler as matérias atentamente, desde o índice até a capa final. Hoje,

eu só posso olhar a face que vier, até ficar com um rosto qualquer,

antes de me posicionar, demorar no olho que não é meu.

Ler todas as escritas de um dia,

pois há algo aqui. Que o pensamento ou o som de um relógio não contam

Hoje, quero a operação reversa: da bala que vai
para o corpo atingido,

Não sou a faca. Sou a mulher golpeada pelo filho

pois não compreendo
O que falta à inteligência da proximidade

Hoje, não vou acorrentar-me na febre da víscera.
Quero o corpo inteiro
fora de mim.

3 comentários:

Luis Felipe Lucena disse...

eita_____________os que passaram aqui passaram aí tbm.

Tiago Cunha Fernandes disse...

tomara que o hoje não se perca naquele dia, e dure até que nada falte à "inteligência da proximidade"; até quem sabe o corpo inteiro ao lado se torne, por exemplo, mim.

Luiza Christov disse...

hoje resolvi ler devagar o que escrevem as pessoas que admiro e parei aqui...deparei aqui...comigo mesma. Mas as palavras não são tuas? como posso me deparar comigo e parar em mim por meio das tuas palavras?
teletransporte que só palavras de poesia, em poesia, pela poesia permitem.