Hoje, decidi passar o dia a recortar o jornal, buscar imagens nas revistas que se acumulam na prateleira da estante, visitar os blogs de amigos próximos- ler demoradamente o que escrevem, vasculhar as revistas literárias, conhecer novos escritores. Abrir de novo o livro rabiscado. Comprar revistas novas na banca de jornal, ler as matérias atentamente, desde o índice até a capa final. Hoje,
eu só posso olhar a face que vier, até ficar com um rosto qualquer,
antes de me posicionar, demorar no olho que não é meu.
Ler todas as escritas de um dia,
pois há algo aqui. Que o pensamento ou o som de um relógio não contam
Hoje, quero a operação reversa: da bala que vai
para o corpo atingido,
Não sou a faca. Sou a mulher golpeada pelo filho
pois não compreendo
O que falta à inteligência da proximidade
Hoje, não vou acorrentar-me na febre da víscera.
Quero o corpo inteiro
fora de mim.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
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3 comentários:
eita_____________os que passaram aqui passaram aí tbm.
tomara que o hoje não se perca naquele dia, e dure até que nada falte à "inteligência da proximidade"; até quem sabe o corpo inteiro ao lado se torne, por exemplo, mim.
hoje resolvi ler devagar o que escrevem as pessoas que admiro e parei aqui...deparei aqui...comigo mesma. Mas as palavras não são tuas? como posso me deparar comigo e parar em mim por meio das tuas palavras?
teletransporte que só palavras de poesia, em poesia, pela poesia permitem.
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