quinta-feira, 28 de outubro de 2010

essas mãos que tem raízes
pernas tortas de compor florestas
de tanto estar - estranho
nomes que vão
como uma varredura no ar
dissipam sementes de uma nova hora
arrastada febre dormente da terra
que cava,
com toque seco
o lodo da noite do mar

Um comentário:

Anônimo disse...

essas mãos que tem raízes
pernas tortas de compor florestas
de tanto estar - estranho
nomes que vão
como uma varredura no ar
dissipam sementes de uma nova hora
arrastada febre dormente da terra
que cava,
com toque seco
o lodo da noite do mar



Bom dia Angela!
Eu sou o Jonas, lembra de mim?
Tudo bem?
Sábado eu estava lendo uns poemas seus como o Luis, gostei muito, principalmente desse último.
Vou fazer alguns comentários sobre alguns versos que ficaram em mim.

"essas mãos que tem raízes/ pernas tortas de compor florestas/ de tanto estar"
Achei esse começo de poema bem curioso e revelador, se assim posso dizer, porque se as mão carregam as raízes
e as pernas compônhe as florestas, vejo um EU, no poema, que vê o mundo de ponta cabeça, isso me fez lembra
um pouco de Paul Celan na Carta a Hans Bender: "Quem vê o mundo de ponta cabeça tem o céu como abismo".
Se o céu desse poema for o abismo, o mar e a noite também poderiam ser, devido a suas singulares
e próximas grandiosidades?
...Quem espalha as sementes, os nomes estranhos? Quem são, ou quem é ele(s)? o Eu- Lírico do poema, ou
o poéta que inspirou esses versos? Assim como o mar, também vejo a noite como algo imenso.
Será que a noite do mar é a mesma noite que a nossa, dos humanos? ou para o mar é sempre noite em sua
imensa profundidade: "É noite e tudo é noite" (Roberto Piva).Esse poema veio a mim como um grande mistério.
A fora as perguntas que deixo sobre ele, não há muito a dizer senão da sua sutil beleza, seria isso os
escombros de alma que se reinventa, renasce com dos lodos do IMENSO?
Mistério...

abraços
Meu sincero Parabéns pelo poema!

PS: Viajei muito na interpretação?