quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Há um diálogo aqui, mas não ouso indicar quem fala ou quanto diz,
não sei o que nos separa.
Era a chegada à igreja central. Ela sai do barco da escrita e participa da cerimônia à espera dos lobos.
Observa os padres sem espinhos, à procura do lobo final, o lobo cansado do dia, trazendo a mulher arrastada da floresta, onde a última coisa era ser mãe, era o gosto do perigo que valia, se fosse a última viagem, mesmo fraca, o alimento daria ao outro, mesmo caindo de sede, até a próxima cheia,
No entanto, era mãe.
Do cabelo arrancado, da loba musical, dos sapatos jogados contra a parede. Era a louca
Daquele rastro que não mais serviria. Toda manhã um novo cheiro. Misturado ao mar. Era preciso escavar o próprio. Porque se deita? Não importava ter duas ou três pernas,
medo e escolha saíam da mesma fonte. Não se pode, mas se vai,
ao sepulcro, verificar se o corpo está morto. E eis que
seja de ouro, na neve, debaixo do guarda-chuva, aos trapos
olha-se para dentro de um acontecimento. Os sinais, o tamanho da pegada de um livro, o tropeço na letra, a mordida silenciosa
e ouve-se os segredos da fome espalhada na história.
Para a planta que desejava ser humana,
Só o cão preto entenderia seu último grito. Arrancar a mulher de seu ofício é desastre
Pois o lobo rastreia a carne estranha. Soca o visitante na garganta da terra
e desta grande dor verte uma linguagem para
perfurar a janela
Estirpar o silêncio das famílias com seus caninos inusuais.
Quando o texto é amante da mulher,
Vive-se pelo encontro com o homem que não seja eterno
Para conviver com a novidade do desenho imenso:
O amor da língua não é convite
E como chamar o pedido de sinceridade da terra? Escrita. Ela se repõe.

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