segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sentada com os pés cravados no chão
passava a explodir em gagueiras
não era tropeço,
mas a contração da terra
que gestava em superfícies
o corpo denso da amora

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

quando você vem
venta o tempo para longe
macaco escorrega o dia a prender-se, emaranhar-se de abraços
luz amarela a parte branca do riso
lento leque a sorrir
abrindo
matas que transpiram calafrios
lâmina seca debaixo dos pés, a fio
clareira
chegada em estado prematuro
parada em dia santo, volume de vida azul
passa por mim tudo o que abre. Sou boca de girassol,
tiro de rifle, bíblia sagrada
quando é você
que vem

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

era preciso ser largo o bastante
para ouvir o irremediável que escorria certo
no dorso da palavra cadência
preciso expirar
meu tempo de espinha